As poinsétias, também
designada pelos nomes de bico-de-papagaio, rabo-de-arara e papagaio
(no Brasil), cardeal, flor-do-natal, ou estrela-do-natal é uma
planta originária do México, onde é espontânea. O seu nome
científico é Euphorbia pulcherrima, que significa “a mais bela (pulcherrima)
das eufórbias”.
É uma planta muito utilizada para fins decorativos, especialmente na
época do Natal, devido às suas folhas semelhantes a pétalas de
flores vermelhas. Como é uma planta de dia curto, floresce
exatamente no solstício de Inverno que coincide com o Natal (no
hemisfério norte – o que explicaria porque essa planta não é tão
identificada com o Natal no Brasil).
Uma lenda mexicana tenta explicar a associação feita entre
esta planta e o Natal. Uma menina, de nome Pepita, não sabia o que
oferecer ao menino Jesus por ocasião da missa de Natal. Não podendo
adquirir uma oferta digna da sua vontade, expõe o seu problema ao
seu primo, Pedro, que a acompanhava a caminho da igreja. Este
consola-a e diz-lhe que é o amor com que se dá uma oferta que
valoriza a mesma, especialmente aos olhos de Deus. Pepita deixa-se
convencer e vai recolhendo plantas vulgares das margens do caminho
por onde passa. Quando chega à igreja, dá-se conta da pobreza da sua
oferta e chora de tristeza. Tenta, no entanto, oferecer os pálidos
ramos com todo o amor da sua alma. Então, frente a toda a
congregação reunida no templo, as folhas dos ramos ficam tingidos de
uma cor brilhante e vermelha. O povo reunido para a eucaristia fica
espantado e declara o acontecimento como um milagre. Segundo outra
versão desta lenda, as flores-do-natal irrompem do chão molhado
pelas lágrimas da criança.
Vinda da América Central, mais especificamente da região de Taxco
del Alarcon, a planta era denominada pelos astecas de “cuetlaxochitl”.
A planta era utilizada por este povo para a produção de tintas
usadas na cosmética e tingimento de tecidos, além de usarem a sua
seiva na produção de medicamentos contra a febre. Ainda hoje se
utilizam aí as poinsétias de brácteas esbranquiçadas para a produção
de cremes depilatórios, além do seu cultivo para a formação de
sebes.
Terá sido talvez a partir do século XVII que a planta começa a ter
um significado natalício, quando frades franciscanos começam a
utilizá-la numa procissão desta quadra, designada por “Festa de
Santa Pesebre”. As brácteas vermelhas começaram a ser associadas
simbolicamente, pela sua forma, à estrela de Belém.
As brácteas vermelhas parecem pétalas que rodeiam as pseudo-umbelas
onde estão as pequenas flores, envolvidas por uma camada verde e uma
glândula amarela que nasce unilateralmente.
Os floricultores, especialmente os da Escandinávia e da Califórnia,
foram os responsáveis pela obtenção de variedades cultivares mais
adaptadas à decoração doméstica, quer pelo tamanho (já que estas
plantas chegam a formar arbustos ramificados que atingem 3 m de
altura, principalmente se plantadas no exterior), quer pela
coloração e padrão de cores presente nas brácteas. Há, assim,
poinsétias cor-de-laranja, verde pálido, marmoreadas, salpicadas,
etc.
O nome poinsétia (poinsettia, em inglês) deriva do nome de Joel
Roberts Poinsett, que foi o primeiro embaixador dos Estados Unidos
da América no México. Impressionado pelas cores das brácteas,
Poinsett enviou alguns exemplares em 1829 para a estufa de sua casa,
onde se desenvolveram com facilidade. Poinsett ofereceu muitas
destas plantas a amigos que também se interessavam pelo cultivo de
flores, como John Bartram que, por sua vez, doou alguns pés da
planta para Robert Buist, dono de um viveiro. Este último,
desconhecendo o nome científico Euphorbia pulcherrima dado pelo
taxonomista alemão Klotzsch em 1833, decidiu vendê-la com o nome
Euphorbia poinsettia.
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