Santa Inês viveu na segunda metade do século III e inícios do século
IV. Jovem, nobre e bonita havia os que a cobiçavam maldosamente.
Embora em tenra idade ela permanecia firme em seus propósitos, pois se
consagrara ao Senhor. Recusando às propostas indecentes, foi acusada
de ser cristã. Foi levada a um prostíbulo, mas ela permaneceu fiel.
Puseram-na em uma fogueira, mas o fogo nada pôde fazer nela, não a
queimou. Por fim, foi decapitada no ano 304.
Constantina, a filha do imperador Constantino, ergueu uma basílica em
seu nome, na Via Nomentana, e se celebra sua festa litúrgica desde
meados do século IV.
Antes de seu martírio foi muito flagelada, por exemplo, “ser arrastada
por pesadas correntes”, mas nada lhe tirava a paz e a confiança em
Cristo. Santo Ambrósio escreveu sobre ela, e a partir daí sabemos, por
tradição, que ela foi martirizada aos doze anos.
“Não tinha ainda idade para ser condenada, mas estava já madura para a
vitória… Assim, foi capaz de dar fé das coisas de Deus uma menina que
era incapaz legalmente de dar fé das coisas humanas, porque o Autor da
natureza pode fazer que sejam superadas as leis naturais”, disse Santo
Ambrósio.
Nas provocações indecentes de seus algozes, ela dizia: “Seria uma
injúria para meu Esposo esperar a ver se eu gosto de outro; Ele me
escolheu primeiro, Ele me terá. O que esperas, verdugo, para lançar o
golpe? Pereça o corpo que pode ser amado com uns olhos aos quais não
quero”.
Ela não temeu os infortúnios que lhe foram impostos. Permaneceu fiel.
“Em uma só vítima teve lugar um duplo martírio: o da castidade e o da
fé. Permaneceu virgem e obteve a glória do martírio”, concluiu Santo
Ambrósio.
Santa Inês é representada como uma menina ou jovem orando, com diadema
na cabeça e uma espécie de estola sobre os ombros, em alusão ao pálio.
É acompanhada por um cordeiro aos seus pés ou em seus braços e rodeada
de uma pira, espada, palma e lírios.
A pureza martirizada de Santa Inês faz parte, ainda hoje, dos ritos da
Igreja. Em sua festa, 21 de janeiro, são oferecidos ao Papa os
cordeiros, cujas lãs serão usadas para a confecção do pálio, o qual é
produzido pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em
Roma.
Os pálios são dados aos arcebispos metropolitanos no dia 29 de junho,
Solenidade de São Pedro e São Paulo. Até 2014, na mesma cerimônia,
acontecia a sua imposição do pálio. Em 2015, o Papa Francisco fez uma
modificação e o pálio passou a ser apenas entregue aos arcebispos
neste dia e a imposição passou a acontecer nas respectivas
arquidioceses, pelos Núncios Apostólicos locais.
Tenhamos, pois, uma santa inveja do exemplo de fé, coragem e amor
incondicional a Cristo, como nos ensinou Santa Inês. Rogai por nós, ó
Santa Inês.
Pe. Ferdinando Mancílio