1965

JOVEM GUARDA 

Quero que vá tudo pro inferno Eu te adoro meu amor
Lobo Mau Pega ladrão
Coimbra Gosto do jeitinho dela
Sorrindo para mim Escreva uma carta meu amor
O feio Não é papo pra mim
O velho homem do mar Mexerico da Candinha

 

 

Quero que vá tudo pro inferno
(Roberto Carlos - Erasmo Carlos)

De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você no meu pensamento
E a sua ausência é todo o meu tormento
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo o mais vá pro inferno.
De que vale a minha boa vida de playboy
Se entro no meu carro e a solidão me dói
Onde quer que eu ande tudo é tão triste
Não me interessa o que de mais existe
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo o mais vá pro inferno.
Não suporto mais você longe de mim
Quero até morrer do que viver assim
Só quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo o mais vá pro inferno

Lobo mau
(Earnest Mareska - Hamilton di Giorgio)

Eu sou do tipo que não gosta de casamento
E tudo que eu faço ou falo é fingimento
Eu pego o meu carro e começo a rodar
E tenho mil garotas uma em cada lugar
Me chamam lobo mau, me chamam
Lobo mau, eu sou o tal.
Eu rodo, rodo, rodo e nunca penso em parar
Se vejo um broto lindo logo vou conquistar
Todos os rapazes tem inveja de mim
Mas eu não dou bola porque sou mesmo assim
Me chamam lobo mau, me chamam
Lobo mau, eu sou o tal.
Eu estou sempre por aí a rodar
Eu jogo a rede em qualquer lugar
Garotas vivem a brigar por mim
Mas nem mesmo sei porque sou mal assim.
Mas sei que gosto de garotas a me rodear
Eu gosto de beijar, depois então me mandar
E quando estou rodando e não tenho onde ir
Fico até na dúvida com qual eu vou sair
Me chamam lobo mau,
Me chamam lobo mau, eu sou o tal.

Coimbra
(Raul Ferrão - José Galhardo)

Coimbra do choupal
Ainda és capital
Do amor em Portugal, ainda
Coimbra onde uma vez
Com lágrimas se fez
A história dessa Inês tão linda
Coimbra das canções
Coimbra que nos põe
Os nossos corações, à luz...
Coimbra dos doutores
Pra nós os seus cantores
A fonte dos amores és tu.
Coimbra é uma lição
De sonho e tradição
O lente é uma canção
E a lua a faculdade
O livro é uma mulher
Só passa quem souber
E aprende-se a dizer saudade.

Sorrindo para mim
(Helena dos Santos)

Meu bem eu vou partir, mas sem me despedir
Você vai chorar e eu não quero ver
Quero recordar os seus olhos assim
Sorrindo de contente,
Me olhando alegremente
Sorrindo para mim.
Na minha viagem levarei
Como recordação um beijo seu
Você vai ficar longe de mim
Mas não quero vê-la triste assim.
Mas quando eu voltar serei feliz então
Posso lhe entregar o meu coração
Mas quero encontrar os seus olhos assim
Chorando na verdade, mas de felicidade
Sorrindo para mim.

O feio
(Getúlio Cortes - Renato Barros)

Vejam só, que tipo, que tipo 
esquisito eu vi
Rapaz tão feio assim
Confesso, nesse mundo eu não conheci
Quando sorrindo está parece que
Um temporal vai desabar
Seu vasto narigão
Me lembra, me lembra um grande pimentão.
Mas as garotas vivem por ele a suspirar
Todas elas querem com o feio namorar.
E é cinqüenta e quatro, cinqüenta e quatro
O número do seu sapato
Ele é comprido e até
Parece, parece um toco quando está de pé
Careca e bem sisudo
Caramba, fala baixo e também é bicudo.
Mas as garotas vivem por ele a suspirar
Todas elas querem com o feio namorar.

O velho homem do mar
(Roberto Rei)

Prestem muita atenção para a história
Que agora eu vou contar
Ouçam bem essa canção
A canção do homem que viveu no mar, no mar
De manhã já bem cedinho
Ia com seu barco para o alto mar
Com a noite ele chegava
Sem ninguém sequer saber
Por onde andou, no mar
Não falava com ninguém
Quieto ele estava sempre a pensar
Todos dizem que talvez procurasse alguém
Que ele perdeu no mar, no mar
Mas um dia de manhã
O velho todos viram no seu barco entrar
Mas seu barco não voltou
Todos se juntaram para olhar o mar, o mar
Desse dia em diante
Em lugar algum ele apareceu
Procuraram sem cessar
Mas o velho todos acham que morreu no mar
Há quem diga ainda mais
que por muito tempo muita gente viu
Certo barco a vagar
Na escuridão do solitário mar.

Eu te adoro meu amor
(Rossini Pinto)

O meu coração pulsou no dia em que eu te vi
Eu te amo, eu te adoro, meu amor
Depois meu viver floriu porque para mim sorriu
Quem eu amo, quem adoro, meu amor.
Tu és o meu bem querer
A razão desse meu viver
Sem amor minha vida
Vai ser triste e vazia.
Se um dia eu te perder
Não sei o que vou fazer
Se eu te amo, se eu te adoro, meu amor.

Pega ladrão
(Getulio Cortes)

Estava com um broto no portão
Quando um grito ouvi pela ladrão
Alerta então fiquei porém ninguém vi
E o tal larápio esperei passar por ali
Meu bem apavorada em casa entrou
E nem na despedida me beijou
Ouviu-se então na rua tremendo alarido
Pois logo alguém pegou o tal bandido.
Que foi que ele roubou
Que foi que ele fez
Os brotos responderam todos 
de uma só vez
Roubou um coração e tem que devolver
Senão o sol quadrado ele vai ver nascer
Não vou nessa história acreditar
Não pode um coração alguém roubar
Enquanto eu falava o homem sumiu
Descendo pela rua ele escapuliu
De repente então tudo mudou
E a turma toda contra mim virou
Correndo descobri que o tal coração
Era uma jóia pendurada num cordão.

Gosto do jeitinho dela
(Othon Russo - Niquinho)

Gosto de jeitinho dela me olhar
Pois é todo ardor
Gosto do jeitinho dela me beijar, beijar
Gosto do jeitinho dela me abraçar
Pois é só calor
Gosto do jeitinho dela me dizer amor
Gosto do jeitinho dela
Sempre a balançar o andar
Gosto do jeitinho dela
Fingindo não querer gostar
Do modo de eu gostar
Mas eu gosto tanto, tanto
Do jeitinho que ela tem
De me beijar, de me abraçar
De me dizer amor.

Escreva uma carta meu amor
(Pilombeta - Tito Silva)

Meu amor está tão longe de mim
Meu bem não seja tão ruim
Escreva uma carta meu amor
E diga alguma coisa por favor.
Diga que você não me esqueceu
E que o seu coração ainda é meu
Escreva uma carta meu amor
E diga alguma coisa por favor.
O beijo que você me deu
Eu guardo até hoje o calor
Escreva uma carta meu amor
E mande outro beijo por favor.

Não é papo pra mim
(Roberto Carlos - Erasmo Carlos)

Se em festa de família
O assunto é casamento
Eu finjo que não ouço,
Essa escola eu não freqüento
Eu mudo de assunto, falo até de futebol
Pois casamento enfim não é papo pra mim.
E quando alguém comenta
Você deve se casar
Procure uma garota pra você gostar
Eu peço até desculpa, vou lá fora passear
Pois casamento enfim não é papo pra mim.
Talvez um dia quem sabe
Encontre a felicidade
Achando alguém pra valer até morrer
Mas por enquanto eu não
Não ponho argola na mão
Pois casamento não é papo pra mim.

Mexerico da Candinha
(Roberto Carlos - Erasmo Carlos)

A Candinha vive a falar de mim em tudo
Diz que eu sou louco,
Esquisito e cabeludo
E que eu não ligo para nada
Que eu dirijo em disparada
Acho que a Candinha gosta
Mesmo é de falar
Ela diz que eu sou maluco
E que o hospício é o meu lugar
Mas a Candinha quer falar.
A Candinha quer fazer da
Minha vida um inferno
Já está falando do modelo do meu terno
E que a minha calça justa
Que de ver ela se assusta
E também a bota que ela acha extravagante
Ela diz que eu falo gíria
E que é preciso maneirar
Mas a Candinha quer falar.
A Candinha gosta de falar de toda a gente
mas as garotas gostam de
Me ver bem diferente
A Candinha fala mas no fundo me quer bem
E eu não vou ligar pra mexerico de ninguém.
Mas a Candinha agora já
Está falando até demais
Porém ela no fundo sabe
Que eu sou bom rapaz
E sabe bem que essa onda
É uma coisa natural
E eu digo que viver assim é que é legal
Sei que um dia a Candinha
Vai comigo concordar
Mais sei que ainda vai falar.



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